Um frêmito de lucidez e eu caio da nuvem sem para-quedas. Não preciso de ajuda, agora posso me virar sozinha. Aprecio a sensibilidade e as idéias dos outros, mas depender deles é verdadeiramente enlouquecedor.
Essa lucidez é doce porque veio com o verão, iluminou minha cabecinha e deve ser abençoada. É bem isso, eu só achava que sabia. Subestimei meu amor pelas palavras, e errei feio. Cinema? Cinema, eu? Agora parece uma brincadeira divertida, que por um ou dois finais de semana me dariam prazer, mas nem de longe me fariam suportar o inefável dos dias. A jovem roteirista virou passado tão rápido e de uma hora pra outra, que confesso, estou assustada.
Descobri nessa história toda que sou mais tonta do que poderia supor. Como eu não enxerguei? O cinema começa no papel. A medida que vai saindo do papel é quando eu começo a gostar dele um pouco menos. Cada vez menos. Enquanto é só idéia e palavra me serve muito bem, depois me afasto.
Não abandono em definitivo a possibilidade de escrever roteiros aqui e acolá, mas se vivesse fazendo isso, vocês não conheceriam alguém mais frustrado. Achei que com o tempo eu não fosse mais ligar em escrever tudo daquele jeitão chatonildo: "Fulano acordou. Fumou um cigarro. Fulana lê o jornal", mas acontece que ainda me dói. Quero escrever bonito. Além do que, dramaturgia é coisa pra eu pensar quando estiver mais velha.
Antes eu achei que poderia escrever roteiros para cinema, depois eu achei que poderia escrever críticas de cinema, e durante esse tempo todo fui tolinha o suficiente em crer que o essencial era o cinema. Não era Nataly, não era! Se pudesse me encontrar comigo caloura, ouviria de mim mesma poucas e boas.
E vejam só do que ainda fui capaz! Prestei, passei e cursei três semestres de Filosofia. Esbanjo auto-conhecimento. Me sobra tanto, que penso até em vender a preços razoáveis.
Não acho que minhas duas empreitadas acadêmicas tenham sido um erro, e sei também que não existe uma faculdade que me faça mais escritora. Mas ah, como eu não percebi antes que era isso e só isso capaz de aquetar meus ânimos? Escrevo porque se não o fizer, morro. E sem cinema eu posso viver.
Dia dois recomeçam as aulas. Serei uma boa aluna e trarei sempre um sorriso no rosto, de quem colabora com os filmes dos amigos e escreve quando ninguém está olhando.
Essa lucidez é doce porque veio com o verão, iluminou minha cabecinha e deve ser abençoada. É bem isso, eu só achava que sabia. Subestimei meu amor pelas palavras, e errei feio. Cinema? Cinema, eu? Agora parece uma brincadeira divertida, que por um ou dois finais de semana me dariam prazer, mas nem de longe me fariam suportar o inefável dos dias. A jovem roteirista virou passado tão rápido e de uma hora pra outra, que confesso, estou assustada.
Descobri nessa história toda que sou mais tonta do que poderia supor. Como eu não enxerguei? O cinema começa no papel. A medida que vai saindo do papel é quando eu começo a gostar dele um pouco menos. Cada vez menos. Enquanto é só idéia e palavra me serve muito bem, depois me afasto.
Não abandono em definitivo a possibilidade de escrever roteiros aqui e acolá, mas se vivesse fazendo isso, vocês não conheceriam alguém mais frustrado. Achei que com o tempo eu não fosse mais ligar em escrever tudo daquele jeitão chatonildo: "Fulano acordou. Fumou um cigarro. Fulana lê o jornal", mas acontece que ainda me dói. Quero escrever bonito. Além do que, dramaturgia é coisa pra eu pensar quando estiver mais velha.
Antes eu achei que poderia escrever roteiros para cinema, depois eu achei que poderia escrever críticas de cinema, e durante esse tempo todo fui tolinha o suficiente em crer que o essencial era o cinema. Não era Nataly, não era! Se pudesse me encontrar comigo caloura, ouviria de mim mesma poucas e boas.
E vejam só do que ainda fui capaz! Prestei, passei e cursei três semestres de Filosofia. Esbanjo auto-conhecimento. Me sobra tanto, que penso até em vender a preços razoáveis.
Não acho que minhas duas empreitadas acadêmicas tenham sido um erro, e sei também que não existe uma faculdade que me faça mais escritora. Mas ah, como eu não percebi antes que era isso e só isso capaz de aquetar meus ânimos? Escrevo porque se não o fizer, morro. E sem cinema eu posso viver.
Dia dois recomeçam as aulas. Serei uma boa aluna e trarei sempre um sorriso no rosto, de quem colabora com os filmes dos amigos e escreve quando ninguém está olhando.