terça-feira, 21 de abril de 2009

Um ano e um dia

Este blog, saudosos convivas, está mais feliz em recebê-los hoje, do que jamais esteve. Trata-se da comemoração tardia de seu aniversário de um ano. É um passo pequeno para a humanidade, caríssimos, mas para esta orgulhosa anfitriã, é quase maior que as pernas. Nem em meu sonho mais selvagem imaginei que pudesse durar.
Vestimos black tie. Bebemos champagne. Brindamos à vida, às palavras, à rede mundial de computadores. Estamos verdadeiramente radiantes; eu e meu pequeno.
No fim das contas, estou aqui hoje, e por aqui zanzei durante um ano, porque acho que esse trocinho me importa. Ano passado, o ano mesmo - ora, vejam! - em que plantei as primeiras palavras neste latifúndio, virei quem eu sou. Aquela de 2008 sou eu. Apesar da obviedade aparente, não é sempre assim. Eu 2007 eu era outra coisa. De modo que em 2008, olhando para 2007, eu poderia - não disse, mas poderia- dizer: quem é ela? A mesmíssima carcaça, mas enfim.
A história (Heidegger? pergunta minha memória falha) que o pintor faz o quadro, ao mesmo tempo em que o quadro faz o pintor. Assim somos eu e este blog. Por isso o amo de sobremaneira e não posso abandoná-lo.

E sabe o que mais? Esse blog é culpa da Lau. Porque ela já deveria estar aqui, mas ela não chega, e eu fico enchendo a minha cabeça de caraminholas. As caraminholas tinham que sair da cabeça e parar em algum lugar. Eis este (mais este) diário virtual.

Fico pensando quantos romances já teria publicado, se tivesse entregue a escrita todas as horas em que me submeti a esperar pela Lau, aliás, prática ainda muito frequente, um ano depois. De qualquer jeito, obrigada querida, se não fosse tu, vai saber.

Escrevo de Capinzal hoje, no primeiro post, e na maioria dos outros, não sei porque. Em Florianópolis tenho tempo e um computador - não tão- melhor que este. Não sei.

Agora eu vou.
Cuidem-se.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

bu!

Tomei doses de vergonha na cara, de um copo de requeijão, e voltei.
Se lembram de mim, a Nataly de que lembram tinha vinte anos, é diferente desta, que já tem vinte e pouquinho. Mas não vou me apresentar. Por favor, com vinte e um, os amigos que tenho já me são suficientes. Um dia vou ser velha o suficiente, tão velha, que tudo que tenho me bastará.
Com vinte e um, sou mais honesta. Digo a verdade, doa a quem doer. (...) Mentira. Olha só... Nataly que é Nataly, com vinte e um, doze ou oitenta, não fala a verdade doa a quem doer. Qualquer um dos meus eus possíveis pra mim, mitigam as coisas. Toda Nataly possível também acha "mitigar" um verbo feião, e assim que se dá conta, de assalto, já está escrevendo "mitigar" aonde pode, porque fica com dó. Eu mais tenho dó, do que digo coisas doa a quem doer. "Lanche" é feia e bonita ao mesmo tempo, "mitigar", coitada. É a Macabéa das palavras. Deve ter até o nariz sujo, a pobre.
Desculpem a escrita preguiçosa, mas não escrevo exatamente porque quero, escrevo porque estou com sono, e um livro ou um filme não me servem. Porque tenho sono, mas uma certa energia, e esse blog é um fosso, e aí aqui eu posso ter esse sono que não é completamente sono, é sono, mas não está em paz. Poderia conversar com alguém, mas quando falo, me canso. E porque justifico tanto? Se alguém pagasse pra me ler... Chego lá.
Como estão as coisas por aqui? Em ordem?
Com vinte anos eu não tinha um projeto de TCC pra fazer. A saudade que tenho da aurora de
2009, meus queridos, vocês não podem imaginar. Mas vou bem. Apesar de acordar e dormir com um pica pau na cabeça: "tcc, tcc, tcc". Com vinte e um também me preocupo em ganhar dinheiro. Se meu negócio de vender colares e pulseiras de miçanga tivesse dado certo lá nos idos de 96, agora já tava aposentada, só vendo a vida da varanda. Meu espírito empreeendedor episódico, nunca mais se repetiu. Vou ser secretária. Levo jeito que só. Gosto de mecher em papel, e abusar de gerundismos no telefone. Segurar o telefone com os ombros enquanto revira pastas, um prazer como poucos na vida. Me contratem. Falo português fluente, inglês suficiente e francês, pero no mucho.
Esqueci de falar (...)
(agora serei honesta, doa a quem doer, acreditem). Quando lembrei do que ia esquecendo de mencionar, bati palma, de empolgação. Sabe como? Juro que fiz isso aqui, sozinha, na frente do computador. Com vinte e um anos sou capaz de cada coisa, que até deus e o diabo na terra do sol duvidam.
E agora esqueci de novo. Jóia ¬¬

Não sei mais o que digo. Tô com uma dor no braço, bixinha, deve ser a falta de sono.
E esse blog, que daqui a pouco tá de aniversário também? Desconfio que era isso que eu lembrei tão extasiada a ponto de bater uma palma sozinha. Gente, dos vinte e um, um esse blog esteve comigo. Quase morreu de inanição ano passado, mas não desistimos dele. Acabo voltando sempre, coisa louca.

E então aqui em Capinzal, tá frio. Sou feliz no começo do frio e no começo do calor. Depois enjoa, né não? Não? Sim? Vocês, que não se decidem!
Se com vinte e dois, esse blog ainda se mantiver minimamente atualizado, compro uma paçoca pra cada um. Se eu não estiver desempregada. Com vinte e dois, terei um blog atualizado e dinheiro.


E agora, chega. Eu volto. Prometo mais capricho em posts vindouros. ("vindouro" é feio também. Vou fazer poesia concreta só com palavra feia. Um dia, não hoje.)
Juro mesmo que tava com saudade.
Um beijo em cada buchecha.