quinta-feira, 20 de novembro de 2008

o dia do aniversário da minha irmã.

Eu odeio os 23. Eu posso fazer 20, 30,40, não tenho medo. Mas ela podia ficar com 22 pra sempre. Ou então tá, pegar pra ela os 23 que já estão aí e não há mais nada que a gente possa fazer, mas não ir muito além disso. Não sei se é o fato mesmo, ela está de aniversário, de onde se lê: estamos envelhecendo, ou se é só essa chuva mesmo, mas não estou lidando muito bem com isso. Quanto mais o tempo passa, ela vai ficando menos minha irmã, pra ser mais a mulher de alguém, a mãe de alguém, a chefe ou a empregada de alguém, seja. Acho que não estou pronta pra dividir a minha irmã. Ela teve lá seus três anos de independência, mas eu não sei viver sem.
Não sei se ainda posso com esse espírito que toda a minha geração parece encarnar, de "nossa, como estamos velhos". Sempre que eu encontro alguém, acabamos caindo na mesma: "mas como assim? fulano já acabou a faculdade?", "não acredito! Mas era uma criança ontem e agora já tá dando pra todo mundo". Porque não é exatamente isso. Não é o tempo. Eu quero que ela tenha uma vida bem longa, só tenho medo que deixe de ser minha irmã no meio do caminho.
Ah, não quero nem ver como vai ser quando eu perder ela pra Capinzal de vez. Mas esse drama todo, é das duas uma Bline: ou porque chove demais, ou porque eu te amo sem medida.

feliz aniversário.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

o bom filho à casa retorna.

Eu não gosto de ficar sozinha. Eu, sozinha-inha mesmo, me enlouqueço. Me enlouquecer, aliás, é o que de melhor eu faço sozinha, porque eu também me entedio; o que acaba por me enlouquecer de novo, e no final, somos três: eu, e a loucura e o tédio que se revezam nobremente empenhados em me fazer companhia.
Não espalhem por aí, mas todo tipo de cinema e arte e literatura me servem, em grande medida, para que tomar banho seja mais fácil. Além de um filme garantir, vá lá, duas horas de distração, se for bom, ou muito ruim, me ocupa nos quinze minutos em que eu estiver sozinha. Vinte, quando eu acho que condicionador é bom negócio.
O indivíduo que fica horas olhando o mar, ou fuma uma carteira inteira de cigarros em plano-sequência olhando pra uma parede me causa uma inveja que, céus, até me censuro descrever. Em miúdos, faz com que eu tenha vontade de trocar de cabeça com eles. "Cá está a minha, que se esvazia em meio piscar de olhos".
Eu preciso do mundo, e não de tempo pra mim. As idéias estão lá fora, aqui fora. O que eu faço com elas, por enquanto, é isso aqui: um blog; que agora (não estou cruzando os dedos) vai ganhar (pelo menos) um post por semana. Minha vaidade absurda que só deixava publicar quando o texto me parecesse perfeito só me rendeu depressão pós-parto até agora, e nada mais.

Aos novos tempos, tim tim.