sábado, 27 de dezembro de 2008

Muito Obrigada!

Gostaria muito de agradecer à todos os blogueiros que me visitaram desde o último post, e tiveram a generosidade de elucidar-me na vastidão de seus sensos críticos. Ponderei, e realmente: Como fui ingênua! O Natal é uma festa hipócrita. Estendo também ao outro post, quando vieram falar que a tv é ruim e aliena.

Continuem me ensinando tudo o que sabem. Por favor.

¬¬

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

a hora do natal.

Queria pelo menos escrever alguma coisa antes de virar geléia. Um paragrofozinho que fosse. Não sei até onde irei com esse calor me derretendo os ossos, mas prometo só parar quando não conseguir mais separar um dedo do outro. Em que fornalha se tornaram esses prados capinzalescos! Estou me amalgamando com essa cadeira velha e feia, tamanho é o suor que não cessamos produzir, eu e ela, desde que nos associamos há pouco mais de cinco minutos. Se eu não achasse extremamente incômodo escrever em pé, ou deselegante poupar a cadeira de um pouco de calor humano em uma data como hoje, já tinha mandado às cucuias.
Pelo menos é Natal.
E no Natal, até calor vai. Há quem não fique tão eufórico a respeito, mas quem sou eu pra negar o Natal? Só sou um "y" mais que ele. E "y", nos dias de hoje, está em baixa, como o leitor bem sabe. No começo do nome, vá lá, no final, é pobre desinformado da desvalorização da letra ou novo rico. E com novo rico nem no Natal eu posso.
E essa bagunça na casa. Agora o caso do sumiço das minhas lasanhas. E antes era a fila no mercado, os presentes surpresa da madrinha e da empregada, e antes antes era perambular pelos arredores do centrinho até a noite, e colocar às luzes pisca-pisca na árvore. E antes antes antes era ver o padrinho da minha irmã chegando trazendo um porta-malas de presentes pra ela, e o que me toca, chocolates importados para os demais membros da família. E o cheiro de uva, de melancia, de chocolate importado? De piscina quando fazia sol. E a vinhetinha da Globo pra dar o tom. Falando nisso, a cada ano mais ridícula. Alguém precisa conter as pessoas vislumbradas com câmeras digitais. Apesar de que, não nego, a onda "broadcast yourself" me serviu em bom tamanho esses dias. Um cara lá se filmou testando um juicer walita; funcionou pra ele, há de funcionar aqui em casa também. Comprei. Sabe como é, me faltaram colhões para resistir a uma jarra que isola a espuma.
Então era isso. O Natal, o chocolate importado, o calor, as vinhetas globais de fim de ano, e o juicer walita (com um guia prático de nutrição e enciclopédia da saúde!).
Feliz Natal pra vocês e pra família. Se aparecer algum Papai Noel em vossas casas, desejo do fundo do coração, que tenham escolhido o tio mais gordinho.

tchau.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A síndrome Norma Desmond


É bem verdade que o que faço da insônia que se empenha em perturbar-me toda noite é problema muito meu, mas não acho que nenhum leitor se encomodaria se eu falasse sobre o que me ocorreu ontem, enquanto eu tentava me distrair a todo custo esparramada no colchão. Se me tivessem ensinado o hábito de contar carneiros ainda criança, teria ao menos essa alternativa; mas aprendi velha e não acredito neles. Me restou então o esgoto da tv aberta, a sessão de cinema pós-Fantástico, aquele último golpe que enfim torna cadáver o sujeito que começou a morrer ao meio dia quando ligou a televisão. Nada como o Dolph Lundgren explodindo coisas pra terminar a semana. Auto combustão espontânea do elenco, que é bom mesmo, nunca vi. Desculpem os modos, é a insônia de novo a me azedar o caráter. Já são 2 e 20, e nada.

"As Panteras Detonando". Agradeci; pelo menos era colorido, leve, contemporâneo. Mas nem nos meus sonhos mais selvagens poderia imaginar que fosse tão ruim. As vezes uma coisa é tão ruim que dá dó; quando custou caro e todo mundo viu, é tão ruim que dá raiva. Descobri que levo cinema muito a sério, especialmente de madrugada. Quando a cólera que me pegou desprevinida deu lugar a razão, lembrei: eu já tinha visto esse filme. Mas juro que naquela época, se já era ruim, era pelo menos inofensivo. Filme ruim agora é uma ofensa, coça, pinica e irrita. Não pensem que podem fazer o que querem com o meu caríssimo objeto! Dêem-me o cinema mais metido a besta do mundo, mas em definitivo não posso mais com o indolente. E ontem a tarde mesmo eu tinha visto um Billy Wilder... Eu fiquei grande e os filmes pequenos? Fiz a Norma Desmond de pijama. Acordei já achando a idéia estúpida; feliz porque abandonei o que é mesmo bem insensato, mas principalmente porque se acordei, então devo ter conseguido dormir.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

isso nem tem nome.

Fatos: um, meu amor tem nome e sobrenome; dois, eu sou uma daquelas pessoas que tem o mesmo namorado desde sempre; três, de quando em quando, eu me presto à declarações públicas de afeto. Agora sim: ao amor da minha vida, Adan Christian de Freitas, mais um daqueles textos de mulher bem comida que vocês (adan e leitor) já devem ter lido em alguns dos meus depósitos virtuais.

Primeiro foi o tomate. Foi a hora do tomate. O tomate passou por ele na aula de biologia, e meus olhos foram dar com suas mãos, rosto e cabelo recém cortado. Nesses vinte anos sobre a terra, nunca vi, e arrisco dizer que nunca verei, alguém segurar um tomate daquele jeito. Não é necessário dizer que não tenho a mínima idéia da razão de ser daquele tomate àquela hora, mas ele fez o quadro mais bonito com sua vermelhidão incendiária. Ao tomate sim, a nação chinesa! Depois daquilo, não me resta tarefa mais prazerosa nessa vida que assistir ele segurando o que deseja ou é encarregado de segurar. Mas que belo segurador de coisas! Eu amo mesmo tudo que ele carrega. Isso para ficar em apenas uma categoria de ações que ele desepenha de modo a fazer com que eu o ame ainda mais, porque se eu pudesse, sem parecer uma dessas pessoas apaixonadas e loucas, desfilaria um sem-número de outros verbos: o que ele retém e o que rejeita, quando sorri e quando chora. As coisas que ele toca! Entre as mais sonoras, eu e um fender de quadro cordas. Até chover, que nem sujeito tem, opera de uma maneira misteriosa e dá nisso: mais e mais amor.
E que gosto. E que mania irritante de estar sempre certo. E que capacidade mágica de obter sucesso em toda e qualquer empresa. E que cabeça enorme que guarda toda sorte do que há pra saber, que fere minha vaidade me deixando com tão pouco pra ensinar.
Mas minha fraqueza confessa é a voz. Quando parece Bowie, quando parece Jagger, quando canta falando, ou fala cantando, Waters ou Dylan. Mas sobretudo, quando parece só Adan, quando ri daquele jeito que eu percebo que não posso nada, porque amo tanto.
E eu gosto quando ele está perto, e gosto dele longe. Não gosto de estar longe, mas também gosto dele no mundo, vivendo fora do microcosmo que se retro alimenta, que somos eu e ele, desde os quinze anos. Eu gosto do que ele faz quando eu não estou perto. Eu gosto do que ele faz, do que desfaz, do que deixa de fazer, do que só pensa em fazer, do que faz com pressa, com sono, enfastiado.
E o que faço com um amor que é tão maior que eu? Que fica muito pesado pra carregar quando a saudade aparece. Te amar a distância dói. Mas você é ubíquo o suficiente pra estar aqui mais do que lá, me lembrando que tudo, tudo vale a pena por você.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

aquele com o sentimento estranho.

Não sei que gosto eu senti quando deixei a UNISUL ontem, mas foi qualquer coisa a ver com tristeza. Ontem foi o último de três dias, assistindo aos trabalhos de conclusão dos alunos que entraram lá um ano antes que eu; e ver a faculdade se despedindo deles, me fez lembrar que no ano que vem sou eu quem estarei me despedindo dela. E sentir isso tão próximo mudou alguma coisa. Foi quase como se eu saísse de lá ontem como quem sai pra sempre, e eu não sei o que era, mas parecia mesmo tristeza. Lá no âmago do meu ser eu acho que gostei de estar triste, porque essa tristeza só pode vir de um carinho que eu reservo por tudo aquilo, e eu não sabia disso. Eu não sabia que gostava. Dos três anos lá, dois e meio eu passei reclamando aos quatro ventos dos milhões de problemas que o curso de cinema tinha, e dos que ainda tem. Mas descobrir que eu gosto, me vetou este direito. Há três anos eu faço parte dele, e há um dia, a via ficou de mão dupla. Um certo ar de dorrotismo que paira pelos ares da minha turma, sempre me embreagou no mal sentido, mas antes era só porque eu não queria me sentir mal por não ter saído de lá. Agora é pior, não só porque sei que revela uma certa cegueira pras coisas que o curso tem de bom, mas porque o meu carinho é maior porque ele é tão mal amado.
Não sei se me faço entender, mas é um paradoxo: ao mesmo tempo em que eu me sinto mais ligada a ele, tem nisso tudo um distanciamento involuntário. Perceber que eu gosto do curso, não vai me fazer entrar no C.A e mudar as coisas por lá. Agora eu quase gosto dos milhões de defeitos, porque eu sinto que eles não me afetam mais tanto assim.
Ontem foi último dia do ano na Unisul, e em Florianópolis. No taxi, indo pra rodoviária, fiquei pensando sobre como o mesmo fênomeno se manifesta na minha relação com Floripa. Normalmente o dia de ir embora é o mais feliz do ano, mas ontem eu senti que podia ficar. Sem dor. Talvez eu também goste da cidade. Mas é o meu amor esquizofrênico supracitado, não tem nada de irmão mais velho, que defende a qualquer custo, que sente na própria pele. É gostar, não depender.

Não sei.

[Adan, contigo é gostar e depender. te amo e já morro de saudades.]

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

zzzzzzz.

Meus olhos ardem. Mas não há o que me faça dormir. [Esse texto mal começou. E já me irrita. Porque está ficando assim. cheio. de frases. cur. tas. ] Aliás, esse começo, "meus olhos ardem", é bem cretino; soa curta-metragem nacional de qualidade duvidosa. Tudo preto ainda, só a voz off "meus olhos ardem". Apesar de ruim, não dá pra negar: que ardem, ardem.
Aonde eu ia com isso dos olhos, nem me perguntem mais. À cozinha seria uma decisão acertada, não comi ainda, tô com fome e com sede. Escrevendo faminta e delirando de sono, praticamente uma surrealista atrasada em 80 anos. Mas a questão não é essa, aliás a questão nevrálgica, mãe de toda e qualquer questão (menos de si própria) é essa: não tem questão. Mas não pensem, por favor, que isso é pra esta que vos escreve qualquer motivo de orgulho.
Estou fazendo o que prometi a mim mesma que não faria mais: povoar a rede de (mais) lorotas. Depois de um Shopenhauer pocket no começo do ano, não tirei mais da cabeça o imperativo: escreva se você tem o que dizer. Pelo jeito, não aprendi muito bem.
Ai, como ardem.
Não sei se vou funcionar o resto do dia, tô com tanto sono que não cabe em mim; daqui a pouco escorre pelas orelhas.
(...)
Minha irmã acaba de ligar me enchendo de tarefas, o que me livra dos grilhões que eu mesma me impus há uns dez minutos, de encontrar uma "questão" e continuar esse texto.


O que foi isso?
Não me perdôo.