quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

aquele com o sentimento estranho.

Não sei que gosto eu senti quando deixei a UNISUL ontem, mas foi qualquer coisa a ver com tristeza. Ontem foi o último de três dias, assistindo aos trabalhos de conclusão dos alunos que entraram lá um ano antes que eu; e ver a faculdade se despedindo deles, me fez lembrar que no ano que vem sou eu quem estarei me despedindo dela. E sentir isso tão próximo mudou alguma coisa. Foi quase como se eu saísse de lá ontem como quem sai pra sempre, e eu não sei o que era, mas parecia mesmo tristeza. Lá no âmago do meu ser eu acho que gostei de estar triste, porque essa tristeza só pode vir de um carinho que eu reservo por tudo aquilo, e eu não sabia disso. Eu não sabia que gostava. Dos três anos lá, dois e meio eu passei reclamando aos quatro ventos dos milhões de problemas que o curso de cinema tinha, e dos que ainda tem. Mas descobrir que eu gosto, me vetou este direito. Há três anos eu faço parte dele, e há um dia, a via ficou de mão dupla. Um certo ar de dorrotismo que paira pelos ares da minha turma, sempre me embreagou no mal sentido, mas antes era só porque eu não queria me sentir mal por não ter saído de lá. Agora é pior, não só porque sei que revela uma certa cegueira pras coisas que o curso tem de bom, mas porque o meu carinho é maior porque ele é tão mal amado.
Não sei se me faço entender, mas é um paradoxo: ao mesmo tempo em que eu me sinto mais ligada a ele, tem nisso tudo um distanciamento involuntário. Perceber que eu gosto do curso, não vai me fazer entrar no C.A e mudar as coisas por lá. Agora eu quase gosto dos milhões de defeitos, porque eu sinto que eles não me afetam mais tanto assim.
Ontem foi último dia do ano na Unisul, e em Florianópolis. No taxi, indo pra rodoviária, fiquei pensando sobre como o mesmo fênomeno se manifesta na minha relação com Floripa. Normalmente o dia de ir embora é o mais feliz do ano, mas ontem eu senti que podia ficar. Sem dor. Talvez eu também goste da cidade. Mas é o meu amor esquizofrênico supracitado, não tem nada de irmão mais velho, que defende a qualquer custo, que sente na própria pele. É gostar, não depender.

Não sei.

[Adan, contigo é gostar e depender. te amo e já morro de saudades.]

2 comentários:

Adan Christian disse...

Você devia mesmo ter ficado! Florianópolis não é tão legal quando você está longe.

Te amo querida!

ligiaferraz disse...

nali, as vezes eu acho que minha relação contigo é igual a que a gente diz que a ramayana e a alessandra tem. calma, eu explico.
tu fala das mesmas coisas que eu penso e sinto, e as vezes parece que eu sou uma extensão tua ou o contrário. sei lá, viajei! hahahah
mas acho também que essas bancas fizeram isso comigo. afinal, daqui a 3 meses a gente vai dizer que final do ano a gente se forma. e acho que no proximo semestre, nas bancas o sentimento de estar partindo da unisul, uma mistura de nostalgia com liberdade e medo vai ser maior que nunca. afinal, essa turma sempre foi a turma que tá um semestre a nossa frente. e depois deles vem a gente. e depois disso, resta o que? passamos 3 anos vivendo na unisul e sempre reclamando dela, o 4o ano será assim também? e o 5o, quando a gente não estiver mais lá?
tá, vou parar por aqui que isso já tá rendendo um post. hehehe
beijos saudosos, see you later!