domingo, 5 de julho de 2009

as horas

Avisem a quem puderem: já é passada a hora da estrela. Mas por favor, não anotem o novo horário oficial. Aviso, porque se os conheço, são bem capazes de despautérios desta ordem.
O novo horário exige não ser anotado. A partir de agora é hora de não saber que horas são. Não por arbítrio, não confundam, eu gosto de saber de tudo. É assim porque é assim, porque não sei, e só.
Ah, se eu tivesse energia e vontade, saibam vocês que este texto teria novo começo. "Hora de não saber que horas são" não lhes parece que tento encorajá-los a livrarem-se dos grilhões do cotidiano? Tenho lá minhas cretinices, mas acho que disso não seria capaz. Eu só não sei que hora é agora, a hora de quem.
De qualquer jeito, é uma hora das melhores. É uma hora maçã, colcha de retalho, quarto escuro com música boa. Vocês sabem como são as horas maçã, colcha de retalhos, quarto escuro com música boa: cheias de minutos, e segundos e quartos de hora. E mais ainda, cheias de contento em serem horas. Essas horas que não querem ser dias, semanas, séculos. E em uma hora dessas, não sei se vivo ou assisto. Assisto enquanto vivo, e o presente vira saudade enquanto é presente. São e não são senhoras.
Só precisamente nessa hora me dou conta de que preciso horas dessas, hora ou outra.
E virão outras horas. Mas imagino que já perceberam que nem todas merecem ser nome de alguma coisa.

8 comentários:

ligiaferraz disse...

o melhor das horas não terem nomes, é que se perde a noção delas, dos dias da semana, dos dias do mês e vive-se tranquilamente sem preocupações. e tem coisa melhor que não ter que pôr título nas coisas? Faz bem, e até acho que teu post nem precisava de título também. Já que as horas não importam, de que valem os nomes?
Oh minha querida tatanali, eu chamo essa felicidade desorada (existe? hahah) de férias! a despreocupação incansável de não saber que horas são.
lindo teu texto, como sempre.
beijo!

MioneNunes disse...

Já devia ter se rendido...eu costumo ler muito, e realmente essa série eh...vamos ver..."fora de serie"
rsrs
brigada pela visita no blog...e quanto ao teu post, cara mt bom...
gosto do teu estilo de escrita...
sucesso!
beijos!

Rosangela A. Santos disse...

Amei o seu texto e tudo haver .. srsrs

o tempo passa e não espera por vc .. faça oq temq ue ser feito hj .. e como vc falou "amanhã, alguns minutos já e passado" .. rsr

Abç

Anônimo disse...

"Se me puser a contar-te tudo que vi, não vais acreditar, porque dava para muito tempo (...)"

Repara que te conto apenas um pedacinho de tudo que estava a pensar e a ver. Quanto tempo terá passado desde que te estou a contar este pedacinho?

Não sei, digamos dois minutos.

(...) Bom, se te contasse em pormenor tudo isso, passariam mais de dois minutos, não, Bruno?

Se realmente escutaste e viste tudo isso, passaria um bom quarto de hora.

Passaria um bom quarto de hora, não é, Bruno? Então vais-me dizer como é que de repente sinto que o metro pára e eu saio da minha velha e de Lan e de tudo aquilo e vejo que estamos em Saint-Germain-des-Prés, que fica exactamente a um minuto e meio de Odéon.

(...) Como se pode num minuto e meio pensar um quarto de hora?

Bruna disse...

Eu também quero estas horas. Tudo que consigo durante a semana, é alguns minutos e "meias horas" para fazer de conta que esqueci das horas. Mas eu só me engano. Faço de conta que perdi a hora, mas no fundo eu perco de propósito. Eis a minha fama de atrasada :)

Renan Barreto disse...

Ai ai ai... O inicio desse texto me fez ouvir "I'll follow the sun" dos Beatles pra melhor aproveitar seu texto. Como são doces suas palavras, nat. A hora da estrela é a hora em que você deve escrever, mesmo que não queira saber, mas devería... (verbos de ordem... feio isso rs). Os seus textos sempre têm aquele caráter libertário quase anarquista que você tão bem sabe fazer, e como não ouvir os BEatles enquanto te leio? (me senti uma daquelas mulheres que leem mão rs). Enfim, Natally, volte mais vezes! E isso não é uma ordem é só uma sugestão que você podería seguir. rs

bjo!

Jaime Guimarães disse...

Olá!

Ando com desejos de proclamar minha independência da ditadura do tempo, mas não encontro tempo para isso, pois sugam todo o meu tempo disponível em atividades "para ontem" e nunca para amanhã.

Um dia desses eu digo: agora, não faço nada. Não me pergunte horas e o que será do futuro ou o que foi o passado.

The time is gone the song is over, thought I'd something more to say

abs!

pedro disse...

Nali, não lia os seus escritos faz tempo, já. Tinha esquecido como é bonito o jeito que você valoriza os pormenores mais simplórios... E a hora, o dia, o tempo, que também não deixam de ser pormenores que variam de intensidade e importância de acordo com a cabeça que sente, você valoriza à exaustão (leia como um elogio). Mas pods crê, com o fim das férias, esses e outros pormenores voltam à sua tediosa normalidade, feliz ou infelizmente, depende da cabeça que sente (rimay).

Ai, chica! Duro pensar que morrerei de saudades no futuro!

Continue escrevendo! Esses e outros atos provavelmente te afastarão de um futuro Celebridade B que participa de "A Fazenda". (sim, eu assisti. sim, tô com medo da Danni Carlos e da burrice e das cirurgias plásticas da galere.)

Beijos, princess!